As Plantas de Nosso Quintal
 
Autora: Neusa Figueiredo Mei
 
As plantas de nosso quintal um livro inteiramente fruto de uma vida de experiências que vão nos ser contadas pelos encontros de Neusa Figueiredo Mei com as ervas e plantas e o seu cultivo em seu quintal. Não qualquer quintal das casas de hoje, mas um que se perde de vista ao lado da casa, um quintal no qual reina a sua própria vida com as memórias dessa investigação sobre o poder curativo das plantas.
 
Esse quintal é o registro do qual esse livro se vale para nos contar o seu vivido com uma variedade de espécimes de plantas. Cada árvore, cada planta, cada erva é um mundo de estórias a partir de sua origem, família, para o que serve e é utilizada, seus usos e como ela está presente no canto de sua cozinha e é servida, à mesa como alimento ou ainda às pessoas como medicação gratuita. Assim, nesse recorte de ervas é o mundo de Neusa que vamos encontrar, conhecendo o que ela sorveu dessa convivência de  tantos ensaio e erro.
 
Um livro memorialista que nos chega a mão. E descobre-se que cabem muitas pitadas de saberes das ervas e plantas desse quintal no dia a dia, e que elas conduzem a encontros novos com o que cada espécie faz sentir e afeta o usuário a ponto de ser incorporada à sua rotina. Um olhar para cada corpo vai assim se constituindo e os mundos do quintal de Neusa entram nos nossos mundos à medida que a adoção de um suco, de uma tintura ou de uma compressa, de uma erva na finalização de um molho vão sendo feitas, é porque elas começam a significar pelos modos que esses usos provados passam a fazer sentido na vida de cada um. 
 
Com certeza, o livro incita cada leitor a desfrutar da grande experimentação vivida pela autora, o que é um caminho para a autodescoberta seguido de muita prosa do que pode um alecrim, uma arnica desencadear no corpo e no estado de alma. A mudança dos temas conversacionais cotidianos, a reflexão sobre que planta o corpo precisa a cada dia, já carregam em si o voltar-se de cada leitor para estar bem na vida que vive. Como aposta, entrevejo que a leitura dessas páginas só começa quando você leitor se encontrar bem acomodado e com uma xícara de chá ao alcance da mão.
 
Ana Claudia de Oliveira